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O saber não ocupa lugar. A ignorância também não, mas dá má fama.

O microscópio petrográfico - parte 4.5 (com mais fotografias das minhas lâminas)

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Um só post para estas belas fotografias era demasiado pequeno. Por isso aqui fica a segunda parte desta grandiosa (é pois!) colheita de imagens!


Figura 11: Moscovite a alterar biotite (nicóis cruzados - micaxisto)

Figura 12: Moscovite e biotite (nicóis cruzados - micaxisto)

Figura 13 (em cima) e 14 (em baixo): Diferenças entre a observação a nicóis paralelos e a nicóis cruzados (micaxisto)


Figura 15: Pirite a substituir mineral não opaco (nicóis paralelos em microscopia de reflexão - micaxisto)

Figura 16: Calcopirite como inclusão em arsenopirite (nicóis paralelos em microscopia de reflexão - micaxisto)

Figura 17: Arsenopirite e loellingite, que ocorre mais fracturada (nicóis paralelos em microscopia de reflexão - micaxisto)

Figura 18: Veios de pirite (nicóis paralelos em microscopia de reflexão - granito)

O microscópio petrográfico - parte 4 (com fotografias das minhas lâminas)


Depois dos posts passados, sobre as características observadas na microscopia petrográfica, chega finalmente a hora que vos pode alegrar (ou não, se calhar não acham piada nenhuma a isto)! Desta feita apresesento-vos, com descrições mais ou menos claras - não sou um especialista no que à petrografia diz respeito - de algumas fotografias que tirei às lâminas delgadas que tive que estudar para a minha tese. Algumas destas fotografias até são bem interessantes, quer do ponto de vista estético, quer do ponto de vista geológico. As rochas das quais vêm estas fotografias são de micaxistos, paragnaisses, anfibolitos, ortognaisses e granitos da zona de Montemor-o-Novo.

Apreciem estas imagens (mesmo que não percebam nada do que elas transmitem. A arte pode ser abstracta e em certo ponto, isto é arte)!

Figura 1: Dobras em moscovite (nicóis paralelos - micaxisto)

Figura 2: Textura granonematolepidoblástica, intercalação entre os domínios de biotite e os de quartzo-plagioclase-anfíbola (nicóis paralelos - anfibolito)

Figura 3: Plagioclase com o seu núcleo alterado (nicóis cruzados - granito)

Figura 4: Kink-folds, resultado de deformação mecânica, em moscovite (nicóis cruzados - granito)

Figura 5: Inclusões em plagioclase (nicóis cruzados - granito)

Figura 6: Inclusões aciculares de silimanite em moscovite (nicóis cruzados - ortognaisse)

Figura 7: Pertites na microclina (nicóis cruzados - granito)

Figura 8: Cores de polarização da moscovite, um pouco destruída (nicóis cruzados - micaxisto)

Figura 9: Moscovite a dominar a matriz (nicóis cruzados - ortognaisse)

Figura 10: Halos pleocróicos (a negro) na biotite, derivados da presença de inclusões de zircão (nicóis paralelos - micaxisto)

(tem continuação)

Experiência 3 - Meteorização nas rochas

domingo, fevereiro 22, 2015

A experiência que aqui descrevo esta semana, envolve um número considerável de temas, entre os quais, as propriedades - físicas e químicas - das rochas e da água, as mudanças na Terra - a meteorização e a erosão, as mudanças do estado do tempo durante o dia e durante as estações - os elementos do estado do tempo - como a temperatura e a precipitação - e a estrutura do sistema terrestre - o ciclo das rochas.

Com esta experiência pretende-se mostrar até que ponto as rochas, sejam elas de grandes ou pequenas dimensões, podem ser reduzidas a partes mais pequenas, através das mudanças nos estados da água.


Materiais: Amostras de arenito (ou de outros tipos de rocha), sacos de plástico com fecho e água.


Procedimento:

1.    Deixa os pedaços de arenito a demolhar durante a noite (tipo bacalhau) num recipiente com água.
2.    No dia seguinte, coloca os pedaços de arenito nos sacos de plástico, tendo em atenção que estes devem ficar bem selados. Deixa-os assim o resto do dia.
3.    Coloca os sacos no congelador durante mais uma noite.
4.    De manhã, retira-os do congelador e as rochas estarão prontas a serem analisadas.
 
E então, o que achas que se vai verificar?


Fonte:
Judy Breckenridge, Muriel Mandell, Anthony D. Fredricks, and Louis V. Loeschnig: 365 Super Science Experiments With Everyday Materials (2001), page 193.

O microscópio petrográfico - parte 3 (sobre as características observadas a nicóis cruzados)

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

Com a introdução do analisador, as propriedades que se podem identificar nos minerais, são principalmente, as seguintes:
  •  Cores de interferência: A luz polarizada que atravessa um mineral é repartida em duas direcções. Estas componentes são recombinadas pelo analisador e interferem uma com a outra, resultando na produção de luz colorida. A cor obtida é função do índice de refracção do mineral nas duas direcções de vibração. As cores observadas ao microscópio com a introdução do analisador são chamadas cores de interferência. Elas variam consoante a orientação do cristal e a espessura da lâmina. As cores de interferência são consultadas numa tabela própria - a tabela de Michel-Lévy. Atenção: É considerada como cor de interferência a de máxima ordem.

Figura 1: Carta de Michel-Lévy: Cores de interferência divididas (neste caso) em 6 ordens diferentes.

Figura 2: Quartzo (Qz), microclina (Mc) e plagioclase (Pl) apresentado cores de interferência de primeira ordem (cinzentos, brancos, amarelos). A moscovite (Ms) apresenta cores de interferência de terceira ordem (azuis, verdes e amarelos vivos).
  • Extinção: Com a rotação da platina haverá um certo ponto em que os minerais anisotrópicos ficarão a negro, numa dada direcção, dizendo-se que estão extintos. Alguns minerais, como a biotite, ficam extintos, segundo os planos de clivagem, nas direcções N-S ou E-W - extinção paralela - outros ficam extintos nas demais direcções - extinção oblíqua. Alguns minerais podem ainda apresentar extinção ondulante, quando se encontram deformados, onde o mineral vai ficando extinto em diferentes partes.


Figura 3: Aspecto de extinção ondulante, característica comum no quartzo.
  • Presença de maclas: As maclas são observadas quando partes adjacentes dentro de um mesmo mineral, têm diferentes ângulos de extinção (diferentes orientações cristalográficas). As maclas podem ocorrer de várias formas e são muito comuns (sendo mesmo características distintivas) nos feldspatos.
Figura 4: Maclas em feldspatos. Note-se a divisão em faixas dentro dos mesmos cristais.

Fontes:
http://minerva.union.edu/hollochk/c_petrology/ig_minerals.htm#Quartz

http://web2.ges.gla.ac.uk/~minerals/Basic%20Properties.htm#Colour
Lopes, L. (2015): Litogeoquímica na Área de Concessão da Boa-Fé (Colt Resources)