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O saber não ocupa lugar. A ignorância também não, mas dá má fama.

A composição (química) da crusta

quinta-feira, junho 11, 2015

A crusta é uma das partes que constitui o interior da Terra e é a camada mais externa nesta divisão do nosso planeta. Este pedaço rochoso tem na sua composição uma meia-dúzia (passe a redundância, o número anda lá perto) de importantes elementos químicos, que entram nas estruturas dos minerais e estes últimos na composição das diferentes rochas que formam tanto a crusta continental, como a crusta oceânica. Estes elementos químicos perfazem cerca de 98 a 99% de todos os elementos químicos encontrados na crusta.

Figura 1: Representação esquemática da crusta terrestre

Os oito elementos mais comuns e as suas percentagens de ocorrência na crusta são os seguintes:

Oxigénio (O) - 46,6%
Silício (Si) - 27,7%
Alumínio (Al) - 8,1%
Ferro (Fe) - 5,0%
Cálcio (Ca) - 3,6%
Potássio (K) - 2,8%
Sódio (Na) - 2,6%
Magnésio (Mg) - 2,1%
Figura 2: Composição química da crusta terrestre

Com estes resultados não é de admirar que grande parte dos minerais existentes na crusta tenham na sua composição estes elementos. Aliás, o grupo de minerais mais comum são os silicatos, que têm na sua composição oxigénio e silício (SiO2).

Convém ainda referir que os valores aqui apresentados não são absolutos, mas sim estimativas, que variam de trabalho para trabalho. Nesta contabilização tem-se em linha de conta as proporções relativas dos diferentes tipos de rocha que são encontradas na crusta e a sua respectiva composição. Se se tiver em atenção que a crustal continental chega a atingir os 70km e, que o mais fundo que já fomos (através de furos), foi aos 12km, está tudo dito quanto ao que sabemos. 



Fontes:
http://www.sandatlas.org/composition-of-the-earths-crust/
http://pubs.usgs.gov/pp/0127/report.pdf
http://earthquake.usgs.gov/

O interior do planeta Terra

terça-feira, junho 02, 2015

Tendo permanecido um mistério para todas as pessoas durante muito tempo, a composição e estrutura do interior da Terra, foram desvendados com recurso a vários elementos. Entre os quais podem e devem ser destacados a análise de ondas sísmicas (a mais importante de todas as contribuições), as medidas dos campos gravitacional e magnético, as observações topográficas e barimétricas, as observações de rochas em afloramento e de rochas trazidas do interior pelo vulcanismo e ainda por experiências envolvendo pressões e temperaturas, como aquelas que são apanágio do interior da Terra. Foi necessária uma grande contribuição para o entendimento do interior do nosso planeta!

A estrutura interna da Terra encontra-se dividida em camadas, como que de uma cebola se tratasse. Aqui, podem ocorrer duas divisões essenciais: uma em relação às propriedades reológicas (movimento de fluidos) e outra a ver com as propriedades químicas. 

Na divisão por propriedades mecânicas observa-se (da superfície para o interior): crusta - manto superior - manto inferior - núcleo interno - núcleo externo

Figura 1: Divisão do interior da Terra segundo as propriedades mecânicas
  • Crusta - Camada sólida, maioritariamente composta por silicatos
  • Manto externo e interno - Camada predominantemente sólida (com cerca de 1% de fundido), muito viscosa
  • Núcleo externo - Camada líquida
  • Núcleo interno - Camada sólida

Na divisão através da química temos (da superfície para o interior): litosfera - astenosfera - mesosfera - núcleo externo - núcleo interno

Figura 2: Divisão do interior da Terra segundo as propriedades químicas
  • Litosfera - Camada superior, rígida, da qual fazem parte a crusta e a parte superior do manto superior. É nesta camada que se encontram as placas tectónicas
  • Astenosfera - Camada dúctil e deformável, do manto superior, sobre a qual a litosfera "dança"
  • Mesosfera - Camada que compreende a restante parte do manto (superior e inferior)
  • Núcleo externo - Camada composta por ligas ferro e níquel
  • Núcleo interno - Camada composta por ligas de ferro e níquel, cuja temperatura é semelhante à observada na superfície do sol (~5400ºC)

Mas o nosso maravilhoso planeta ainda nos tem muito para ensinar. Afinal não é todos os dias que se encontra um sábio com 4.567 milhões de anos com mais e mais histórias para contar.



Fontes:
http://pubs.usgs.gov/gip/interior/
www.iupui.edu
https://cimss.ssec.wisc.edu/sage/geology/lesson1/concepts.html