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Minas da Panasqueira

quinta-feira, agosto 20, 2015

Situada nos concelhos da Covilhã e Fundão, em Castelo Branco, as minas da Panasqueira representam um dos mais importantes (senão, o mais importante) pontos mineiros em Portugal e arredores. E em termos da exploração de volfrâmio, é mesmo uma das maiores do mundo. Opera desde os finais do século XIX, com a extracção de volframite (Fe, Mn)WO4, cassiterite (SnO2) e calcopirite (CuFeS2), usados para se obterem concentrados de tungsténio (W), estanho (Sn) e cobre (Cu).

Atenção: volfrâmio e tungsténio são diferentes nomes para o mesmo elemento. O primeiro mais antigo, de onde vem o seu símbolo químico, e o segundo mais recente (e mais aceite pela comunidade).

Foi durante a segunda grande guerra que as minas da Panasqueira mais produziram. Isto porque o tungsténio era (e é) essencial para se formarem ligas metálicas, posteriormente utilizadas na produção de armamento. (Ou seja, quem diz que Portugal não entrou na segunda grande guerra não está totalmente certo: nós andávamos a vender a alma ao diabo, que é como quem diz, tungsténio para eles se matarem uns aos outros.) Para além disto, o tungsténio é (cada vez menos, ainda bem!) utilizado nos filamentos das lâmpadas incandescentes e para a produção de ligas metálicas que tenham que aguentar altas temperaturas, como no caso dos foguetões (NASA, anda cá ver isto!).

Os minérios extraídos encontram-se em filões de quartzo, maioritariamente sub-horizontais, que se encontram encaixados nos Xistos das Beiras, do Complexo Xisto-Grauváquico. Existem ainda alguns corpos graníticos não aflorantes.

Figura 1: Filão sub-horizontal de quartzo com mineralizações de tungsténio, estanho e cobre.
Actualmente, as minas da Panasqueira produzem 3800 toneladas de minério, a uma profundidade que já atinge os 400m, por entre mais de 3000km de túneis, seguindo o método de câmaras e pilares, onde são deixados pilares de rocha (inexplorados) para aguentarem as câmaras onde se situam. Estes pilares vão sendo explorados até que a estabilidade da câmara não seja posta em causa.

Figura 2: Método de exploração através de câmaras e pilares.

No processo de exploração e tratamento os minérios são carregados para poços de descarga, com a sua saída num piso de rolagem. Aqui, são recolhidos por vagonetas e conduzidos a um silo, onde com a ajuda de um elavador, são levados para uma câmara de fragmentação. De seguida, o minério é conduzido para a superfície, através de uma rampa. Chegado à lavaria, os minérios são separados e tratados, estando os seus concentrados prontos a serem vendidos.




Fontes:
http://www.portugalindustry.com/pt/companies/company/sojitz-beralt-24.html
http://home.uevora.pt/~pmn/min/PAN002.htm
http://routesofwolfram.eu/pt/patrimonio-industrial/panasqueira.html
http://www.cienciaviva.pt/veraocv/2010/downloads/Minas%20da%20Panasqueira.pdf