Para além das características referidas na parte 2, podem ainda ser identificadas as seguintes (também elas observadas a nicóis paralelos):
- Clivagem:
Esta propriedade observa-se nas linhas paralelas (por famílias) que alguns
cristais exibem. Representa a tendência de um mineral em quebrar segundo
certa(s) direcção(ões). Os minerais podem apresentar uma direcção de clivagem
(micas), duas direcções (anfíbolas e piroxenas), três direcções (calcite) ou
mesmo nenhuma (quartzo). No entanto, a observação de determinado plano de
clivagem está controlada pelo tipo de corte na lâmina: numa mica que em que o
corte seja feito paralelamente ao seu plano de clivagem, esta propriedade não
será observada.
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Figura 4: Três direcções de clivagem (traços a
vermelho) em calcite (mineral incolor).
- Alteração:
Com o passar do tempo os minerais podem apresentar alguma alteração. Factores
como a temperatura e a circulação de fluidos são fundamentais neste processo.
Normalmente, um mineral é substituído por outro, que seja mais estável, com a
variação das condições a que a rocha esteja sujeita.
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Figura 5: Clorite (Chl) de cor esverdeada a alterar
um grão de biotite (Bt).
- Relevo: Nas
observações ao microscópio alguns minerais saltam mais à vista, parecendo estar
mais elevados que os restantes: têm, na verdade, um maior relevo. Esta
propriedade deriva da relação entre o índice de refracção do mineral
(velocidade a que a luz passa pelo mineral) e a velocidade da luz ao atravessar
o bálsamo (resina utilizada nas lâminas). Quanto maior for a diferença do
índice de refracção entre um determinado mineral e o seu vizinho, mais este
sobressairá, ou seja, dir-se-á que tem um maior relevo.
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Figura 6: Cristal de esfena (Sph) com grande relevo, secundado por cristais
de biotite (Bt) de relevo moderado, numa matriz formada por quartzo e feldspatos com baixo relevo.
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