Como referido na parte 1 deste "bloco
informativo" sobre microscopia, existem dois tipos de observação
essenciais: a observação a luz polarizada não analisada e a observação a luz
polarizada analisada. Cada tipo de observação permite determinar diferentes
características dos minerais presentes numa lâmina, como se pode verificar a seguir.
Uma análise a uma lâmina delgada de uma rocha, começa
normalmente pela identificação das características a nicóis paralelos -
luz polarizada não analisada. Nesta forma, é possível identificar, para um dado
mineral:
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Cor: A cor que um mineral
apresenta em amostra de mão, pode não ser que a cor que este tem quando é
visto ao microscópio. No entanto, minerais fortemente coloridos à vista
desarmada, têm tendência para serem também coloridos nas lâminas. A cor de
um mineral é dada pela absorção de certos comprimentos de onda da luz que
atravessa a amostra. Ou seja, um mineral que se observa com a cor
castanha, absorve os comprimentos de onda da luz na ordem dos 615 nm. Os
minerais opacos aparecem a negro, pois não se deixam atravessar pela luz.
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Figura 1:
Mineral castanho - biotite: minerais incolores (os restantes, não existem
minerais com cores brancas) - quartzo e plagioclase. |
- Pleocroísmo: Para esta
propriedade vale a pena relembrar a existência da platina rotativa
(naquela que é, para muitos, uma das propriedades mais divertidas de se
observar). Um mineral é pleocróico, se, quando a platina é rodada, este
muda de cor aquando dessa rotação (como a biotite). O pleocroísmo, resulta
de alguns minerais absorverem comprimentos de onda diferentes, em
direcções cristalográficas diferentes.
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Figura 2:
Pleocrísmo na anfíbola (anf), variando entre verde pálido (à esquerda) e
azulado (à direita). As maiores diferenças nas cores do pleocroísmo são notadas
a 90º. |
- Forma:
Também conhecida como hábito, a forma reflecte a cristalografia, que reflecte a
estabilidade das faces do cristal. A forma é também controlada pela capacidade
do mineral em crescer dentro de um certo meio (por exemplo, minerais a
cristalizarem num magma). Desta forma, se os minerais tiverem espaço, terão
tendência a ter formas euédricas (bem definidas) - acontece no inicio da
cristalização quando ainda existem poucos minerais. Quando existe pouco espaço,
os minerais ficam sem contornos bem definidos e a sua forma é anédrica. Os
minerais cuja forma se encontra entre estes dois extremos, são chamados de
subédricos.
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Figura 3: "Palhetas" euédricas a subédricas
de moscovite (Ms) como inclusões em plagioclase (Pl) alterada. Esta está em
contacto com o quartzo (Qtz) e são ambos cristais anédricos.
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